segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Atira que Eu Atiro...

Por Vinícios Silva
Rússia Ameaça atacar Arábia Saudita caso os E.U.A ataquem a Síria.  

Um memorando classificado como urgente, segundo fontes militares russas, foi expedido pelo escritório do presidente Vladmir Putin, nesta quarta-feira, e ordena um ataque massivo da Rússia contra a Arábia Saudita caso as forças da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan, na sigla em inglês) ataquem a Síria.
A informação, não foi confirmada oficialmente pelo governo russo, conteria instruções semelhantes a uma ordem de guerra, expedida há cerca de um mês por Riad, na qual o governo muçulmano teria declarado que, caso a Rússia não aceitasse a derrota de Bashar Al Assad, os sauditas iriam arregimentar militantes na Chechênia para “aterrorizar” os XXII Jogos Olímpicos de Inverno que a Rússia realizará na cidade de Sóchi.
Fontes militares russas também informaram, nesta manhã, que uma flotilha, liderada pelo contra-torpedeiro Almirante Chabanenko, aproxima-se do porto sírio de Tartús. Segundo informes lidos pela rádio militar israelense Debka, desde o último sábado o exército russo está em estado de alerta frente a um possível ataque dos EUA, Grã-Bretanha e França contra a Síria. Segundo a agência russa de notícias RNA, além da Rússia, outros países aliados dos sírios recusam-se a colaborar com os planos bélicos do Ocidente.
Em Nova York, nesta tarde, ocorria uma reunião fechada dos membros permanentes do Conselho da Segurança da ONU (Rússia, Reino Unido, China, França e EUA) sobre a situação na Síria. A reunião foi convocada por iniciativa dos Estados Unidos. Sabe-se também que a lista de participantes ainda poderá ser expandida nas próximas horas e o centro da discussão é um projeto de resolução britânico sobre o possível uso da força contra Damasco. Mais cedo, o vice-ministro do Exterior russo, Guennadi Gatilov, declarou que, se qualquer país usar a força contra a Síria, contornando o Conselho de Segurança da ONU, isso poderá ser considerado como uma flagrante violação do direito internacional.

"Passeio no inferno"

Mas o possível bombardeio dos EUA e demais potências ocidentais, que poderá ocorrer dentro de mais algumas horas, não será uma atividade turística no Oriente Médio. Ao contrário do que ocorreu com Gaddafi, na Líbia, o governo de Damasco não está isolado. Potências Nucleares como Rússia e China podem transformar a ação bélica norte-americana em “um passeio no inferno”, segundo aquelas fontes militares russas. Na ONU, ambas as nações asiáticas já vetaram qualquer ataque ou manobra militar contra os sírios. Depois, o Irã, maior potência militar do Oriente Médio, com um exército regular de dois milhões de militares efetivos e mais um milhão de guerreiros muçulmanos mobilizados, fundamenta sua sobrevivência regional na existência do regime de Damasco.

Provas em contrário


Ao contrário do que afirmam a Casa Branca, em Washington, e o número 10 da Downing Street, em Londres, não há provas contundentes de que a ordem para o ataque com armas químicas à região ocupada por rebeldes, na Síria, tenha partido de Damasco. Nesta quarta-feira, segundo o especialista militar Joseph Watson, do Infowar, um sítio na internet especializado em estratégias militares, o panorama ficou ainda mais embaçado com o vazamento de um telefonema interceptado pela inteligência israelense. Segundo o serviço de inteligência de Jerusalém, a ordem para um ataque com armamento químico não teria partido do Ministério da Defesa de Assad, pois o ministro Moshe Ya’alon, em pessoa, teria telefonado, em pânico, para a unidade de armas químicas do exército sírio em busca de notícias sobre o uso de gás de nervos, em uma ação que teria matado cerca de mil pessoas, apenas uma hora depois de veiculada a notícia pelas agências internacionais.
Publicação de Vinícios Silva
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